Fotos de destaque e capa: Iano Andrade / CNI

Brasília, 18 de novembro de 2025 — Pela primeira vez, desde a criação da Agenda Legislativa da Indústria, há mais de 30 anos, o Cânhamo Industrial e a Cannabis Medicinal entram oficialmente na pauta estratégica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o apoio institucional, suporte técnico e regulatório da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis e Cânhamo (ABICANN).

A cerimônia de início da Construção da Agenda Legislativa CNI 2026 ocorreu no último dia 17, em Brasília, e marcou um avanço histórico para o setor. A ABICANN esteve representada por seu diretor-presidente, Thiago Ermano Jorge, que anunciou o lançamento oficial às lideranças industriais e parlamentares presentes o início do Programa de Integridade e do Selo ABICANN de Qualidade, um piloto nacional de quatro anos para acompanhar produtos, empresas, produtores rurais e indústrias que atuam com Cannabis sativa e Cânhamo Industrial.

“Estamos falando de uma bioeconomia transversal que conecta 21 setores industriais e que pode alcançar R$ 200 bilhões nos próximos anos. Fibras naturais, sementes, grãos, extratos, biomateriais, fármacos, alimentos, ração animal, construção verde, porque a Cannabis sativa e variedades compõem uma plataforma biotecnológica completa. Agora existe maturidade regulatória e apoio institucional suficiente para avançarmos com propostas no Congresso Nacional que promovam pesquisa, desenvolvimento industrial e soberania tecnológica”, afirma Thiago Ermano Jorge.

Reconhecimento institucional e clima político favorável

Apesar de ser membro da CNI desde 2022, a ABICANN vinha, até então, adotando postura técnica e cautelosa, em razão do ambiente regulatório ainda pouco definido.

Entretanto, o cenário mudou de forma decisiva:

  • Regulamentação em curso do uso medicinal e da produção industrial de Cânhamo;
  • Apoio crescente de órgãos do Executivo e do Legislativo;
  • Aproximação do setor com MAPA, ANVISA, Ministério da Saúde, CNI, Embrapa e frentes parlamentares;
  • Decisão histórica do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em novembro de 2024, que reconheceu a omissão regulatória da União e determinou parâmetros para importação de sementes, cultivo, extração, processamento e produção industrial de derivados da Cannabis sativa L.

Com prazo até 31 de março de 2026 para a regulamentação do Cânhamo Industrial pela ANVISA, MAPA e, o Brasil entra em rota acelerada para desenvolver uma cadeia agroindustrial com enorme potencial econômico.

“As indústrias podem aproveitar 100% da planta. Para farmacêuticas, é matéria-prima de medicamentos; para o agro, é commodity; para o têxtil, é fibra natural tecnológica; para alimentos e nutrição, é ingrediente funcional; para veterinária, é insumo; para construção civil, é hempcrete técnico e sustentável. São mais de 200 perfis industriais que podem se beneficiar”, destaca Thiago Ermano Jorge.

Marco institucional para o Brasil

A ABICANN é, desde 2017, a primeira entidade setorial da bioeconomia da Cannabis sativa no Brasil, apoiando pesquisadores, articulando políticas públicas e conectando governos, empresas e universidades para a construção responsável da cadeia produtiva.

Em 2025, a entidade ampliou sua atuação e concluiu uma agenda robusta de articulação envolvendo:

  • Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA)
  • Frente Parlamentar Mista da Saúde
  • Frente Parlamentar Mista do Bambu e das Fibras Naturais
  • Embrapa
  • Ministério da Saúde
  • Governos estaduais em 16 unidades federativas
  • Universidades federais, estaduais e privadas
  • Setores empresariais e investidores nacionais e internacionais

Com a entrada do tema na Agenda Legislativa da Indústria CNI 2026, o Brasil dá um passo decisivo para alinhar-se às principais economias do mundo que já regulam e exploram o Cânhamo Industrial como ativo estratégico para inovação, sustentabilidade e competitividade global.

“É um marco na história industrial e regulatória brasileira”, comemora Carol Aguiar, Vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da ABICANN. “Pela primeira vez, o setor passa a ser visto com a seriedade que merece, como instrumento de desenvolvimento econômico, ambiental e social”.

“A ABICANN tem cumprido seu papel ao aproximar o tema dos Poderes da República, do setor produtivo e da sociedade. Agora temos clima político, técnico e regulatório para avançar com consistência”, complementa.

Nova Governança da ABICANN: Conselhos e Grupos Temáticos

Em setembro, a ABICANN lançou seus novos Conselhos Estratégicos, inaugurando uma fase madura de governança institucional nacional.

Também foram criados os Grupos Temáticos (GTs), que já começam a trabalhar nas frentes:

  • Agricultura & Fibras
  • Saúde & Medicamentos
  • Indústria & Inovação
  • Tributação
  • Relações do Trabalho
  • Regulação & Políticas Públicas

Convite às Indústrias, Técnicos e Pesquisadores

A ABICANN convida empresas, lideranças industriais, pesquisadores e especialistas a integrar o GT CNI/ABICANN – Agenda Legislativa 2026, responsável por construir propostas que serão entregues em março de 2026 no Congresso Nacional, alinhadas à Agenda da CNI.

O objetivo do GT é produzir propostas qualificadas, com impacto direto em:

  • competitividade industrial
  • produção nacional
  • inovação científica
  • segurança regulatória
  • geração de empregos
  • exportações
  • sustentabilidade e descarbonização

Informações e adesões: portal@abicann.org

Programa de Integridade e Selo ABICANN

Durante o evento da CNI, a ABICANN também apresentou oficialmente o seu Programa de Integridade, que será aplicado a partir de 1º de janeiro de 2026, com o objetivo de elevar o padrão de qualidade das empresas do setor e apoiar a implementação das normas regulatórias nacionais.

O Selo ABICANN será aplicado como certificação voluntária em empresas, indústrias, produtores e organizações que atuam com a cadeia produtiva da Cannabis e do Cânhamo no Brasil.

A entidade reforça que a iniciativa poderá apoiar políticas públicas, incentivos fiscais, subvenção e modelos econômicos centrados em qualidade, segurança e rastreabilidade.

Sobre a Agenda Legislativa da Indústria (CNI)

A Agenda Legislativa da Indústria é o principal instrumento de diálogo entre a CNI e o Congresso Nacional há 30 anos.

Ela organiza prioridades, orienta votações e articula políticas industriais em parceria com federações estaduais, associações setoriais, empresas e lideranças parlamentares.

Para 2026, a ABICANN participará oficialmente das etapas:

  • 18/11/2025: início do preenchimento das fichas (Legisdata)
  • 19/01/2026: encerramento da priorização
  • 03–04/02/2026: Seminário de Construção da Agenda
  • 23/03/2026: Encontro Estratégico CNI–DRI
  • 24/03/2026: Lançamento no Congresso Nacional

A CNI recomenda o uso contínuo do documento “Quem é Quem na Indústria” para articulações institucionais, documento que inclui a temática, via representação pró-ativa de lideranças da ABICANN.

Contato para imprensa

Adriana Dias

Assessoria de Imprensa
press@abicann.org
www.abicann.org