São Paulo, 28 de junho de 2025 – Na última quinta-feira (27), a sede da FIESP, em São Paulo, sediou o II Seminário Deep Tech Brasil, encontro nacional promovido pela FINEP e parceiros estratégicos para colher subsídios à construção de uma política pública estruturada de apoio às deep techs — startups e empresas científicas que operam na fronteira do conhecimento e possuem alto impacto em setores como saúde, agroindústria, inteligência artificial, biotecnologia e sustentabilidade.

Participaram do evento mais de 25 instituições públicas e privadas, entre elas BNDES, SEBRAE, UNICAMP, SENAI, Embrapii, CNI, FAPESP e INPI. O seminário marca uma nova fase do Grupo de Trabalho Deep Tech, criado após a assinatura do Protocolo de Intenções da FINEP, em 2024, no contexto da Nova Indústria Brasil (NIB).

A Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (ABICANN) e a aceleradora associada Centro de Tecnologia e Inovação da Cannabis (CTICANN) entregaram à FINEP, durante o evento, ofício conjunto solicitando credenciamento como signatárias formais do Protocolo Deep Tech Brasil.

As entidades participaram da reunião aberta do GT e destacaram seu alinhamento integral com os objetivos estratégicos da iniciativa, em especial no que se refere à articulação de ecossistemas de ciência, tecnologia e inovação voltados à soberania tecnológica, à base científica e ao desenvolvimento industrial.

“As tecnologias derivadas da Cannabis sativa — em especial nas áreas de saúde, bioeconomia e novos materiais — já compõem cadeias globais de valor com forte conteúdo científico. O Brasil não pode ficar de fora. Propomos incorporar os setores da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial às políticas emergentes de deep techs”, afirma Thiago Ermano Jorge, presidente da ABICANN e pesquisador interdisciplinar pelo CTICANN.

As diferentes espécies e subespécies de Cannabis sativa abrangem tanto variedades ricas em canabinoides medicinais, quanto cultivares não-psicoativas (Cânhamo Industrial), que fornecem biomassa para construção civil, materiais técnicos, fibras para indústria têxtil e grãos ricos em proteína vegetal.

São 21 setores econômicos a serem impactados no Brasil e globalmente. Somente no País, a ABICANN calcula desde 2017 que a cadeia produtiva pode atrair mais de USD 30 bilhões (R$ 190 bilhões) anuais, assim que regulados pelo Governo Federal e pelo Congresso Nacional.

Observando o cenário de empresas de base tecnológica e de impacto global

Segundo o relatório da Emerge 2024, 50% das deep techs brasileiras já operam nos setores de saúde, biotecnologia e agroindustrial, áreas convergentes com a bioeconomia da Cannabis.

“Startups de base científica na Cannabis estão prontas para gerar soluções em áreas críticas como fitoterápicos avançados, fibras técnicas renováveis, neurociência aplicada, além de fármacos derivados de canabinoides. Elas são exemplos claros do que significa ser uma deep tech com impacto real e missão orientada”, explica Thiago Ermano.

Durante o evento, Fernando Peregrino, chefe de gabinete da FINEP e Coordenador do GT Deep Tech  afirmou: “Nosso objetivo é construir uma política pública capaz de remover obstáculos e abrir espaço para as tecnologias que vão transformar a vida das pessoas. As deep techs não se ajustam aos modelos tradicionais de fomento e por isso precisam de instrumentos próprios, conectados à realidade científica e à industrialização inteligente”.

Dados estratégicos sobre deep techs no Brasil (Emerge 2024):

  • Existem 875 startups deep techs mapeadas no País;
  • 50% atuam em saúde, agro e biotecnologia;
  • 70% receberam recursos públicos (PIPE/FAPESP, FINEP, Embrapii); e
  • 55% estão sediadas em São Paulo.

“A ciência está viva nos laboratórios brasileiros. O desafio é transformá-la em soluções que cheguem ao mercado e resolvam problemas reais. As deep techs são uma resposta industrial às nossas demandas sociais mais urgentes”, destaca Daniel Pimentel, sócio da Emerge, coautor do relatório nacional.

Convite aberto: associe-se à agenda nacional

A ABICANN convida seus associados – técnicos da saúde, pesquisadores, especialistas em biotecnologia, agro, sustentabilidade e investidores – a se engajarem neste momento histórico para a ciência brasileira. A articulação setorial da Cannabis com o Protocolo Deep Tech Brasil é uma prioridade estratégica.

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Adriana Dias
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