Por Adriana Dias | 07 de julho de 2024
Desde 2015, mais de 450 mil pacientes já tiveram acesso legal à Cannabis Medicinal no Brasil.
Regulado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que permite a compra direta ou em drogarias no Brasil, há mais de 80 empresas fornecendo, aos poucos, produtos à base de Cannabis para pacientes com diversos tipos de doenças, que não encontram em medicamentos alopáticos, produzidos no Brasil, possibilidades de melhoras no quadro de saúde.
Autismo, transtornos mentais, Epilepsias de difícil controle, paralisia cerebral, Alzheimer e demências, mal de Parkinson, fibromialgia, dores crônicas, doenças degenerativas, amenização a tratamentos de pessoas com câncer e até depressão são tratados, atualmente, com a Cannabis Medicinal.
Políticas públicas: há naecessidade de união do setor
Outra alternativa de acesso está em associações de pacientes, que mesmo sem regulamentação e fiscalização da ANVISA atendem mais de 85 mil pacientes, de acordo com dados divulgados em abril de 2024, pela AMA+ME – Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal.
As dificuldades para acesso são imensas aos pacientes, empresas fornecedoras de produtos importados e até para associações. E, mesmo assim, o setor enfrenta dificuldades para se unir e apoiar uma legislação única no país.
Até maio de 2024, o Ministério da Saúde já havia pago mais de R$ 40 milhões em processos judiciais, de pacientes que buscam direito a ter seus tratamentos custeados pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
De acordo com a ABICANN (Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis), a falta de união do setor tende a fragilizar ainda mais o cenário brasileiro da Cannabis Medicinal, se não houver um trabalho unificado, em nome dos pacientes, das pesquisas e de quem, hoje, luta pela dignidade e acesso ao óleo de Cannabis terapêutica e medicinal, para viver ou para ter qualidade de vida.
“Nem todos gostam do trabalho técnico que promovemos com excelência, e opiniões carregadas de ideologias e de interesses obscuros, sem base em fatos, prejudicam um setor que precisa ainda valorizar as instituições, trabalhando por um bem comum: a legalização e a regulamentação da cannabis no Brasil”, afirmou Thiago Ermano, presidente da ABICANN, em artigo publicado no canal Poder 360.
PEC das Drogas é um perigo!
Por consequência de sua proibição irracional e estigmatização centenária, quem deveria estimular políticas públicas ao bem-estar econômico e social têm apoiado a manutenção da pobreza, incentivado violências e criado sofrimentos a quem precisa da planta. Mesmo com todas as qualidades para nos ajudar a formar uma sociedade totalmente autossustentável, a cannabis é mantida pelos legisladores brasileiros, desde 1938, como uma planta ilegal e que beneficia somente o tráfico.
A PEC das drogas é um exemplo disso. Há um risco iminente para o país se não forem cobradas mudanças políticas por meio da união de interesses.
“Os setores da cannabis, do cânhamo e da maconha precisam parar de brigar internamente para pensar juntos soluções, levando para os legisladores, a Justiça e o governo federal formas de trazer a cannabis para a vida dos brasileiros como uma economia social ativa”, finalizou Ermano.
Carta pública para 5 mil políticos
Desde maio deste ano, estão sendo realizadas Conferências pela Cannabis Legal no Brasil, em encontros virtuais e tendo mais de 260 inscritos com muitos espaços de fala de cidadãos, representantes sociais, povos tradicionais, pesquisadores, agentes políticos e quem trabalha e investe no acesso à Cannabis no Brasil.
Como resultados, foram emitidos três Relatórios e, agora em julho, será criada uma CARTA PÚBLICA, para impactar mais de 5.000 políticos em Brasília, nos Estados e nas principais cidades que abarcam grandes regiões metropolitanas pelo Brasil. Órgãos de regulação e fiscalização da planta estão incluídas nas estratégias de ação política e comunicação pública conjunta.
A quarta e última conferência acontecerá nesta segunda-feira (8), das 17h às 19h, quando haverá a VOTAÇÃO das 30 propostas para a Cannabis/Maconha/Cânhamo, colhidas nos últimos meses. Aberta ao público, as inscrições podem ainda ser realizadas, gratuitamente, até às 16h.
Fonte: Green Science Times