De olho no mercado externo e em meio ao debate sobre regulamentação, empresários brasileiros investem em negócios ligados à cânabis, incluindo aqueles que vão além do setor medicinal —como o têxtil e o de beleza.

Só o mercado de cânabis medicinal está estimado até 2024 em US$ 62,7 bilhões no mundo e US$ 6,6 bilhões na América Latina, segundo o documento “The Global Cannabis Report”, produzido pela Prohibition Partners.

No Brasil, uma parte desses negócios já opera, mas existe a expectativa que a demanda seja aquecida caso o país permita o cultivo. Um PL (projeto de lei) que regulamenta o plantio da cânabis para fins medicinais e o do cânhamo industrial tem previsão de ser votado nesta terça (8), em comissão especial na Câmara dos Deputados. O texto não prevê o uso recreativo.

Cânhamo é como são chamadas as plantas com baixo teor de substâncias psicoativas, sem efeitos euforizantes. É uma fonte para extração de CBD (canabidiol), componente empregado em tratamentos médicos, e de fibras aproveitadas por diferentes indústrias.

Mesmo que o PL seja rejeitado —o presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai barrar a proposta caso o Congresso a aprove—, a pressão de setores interessados nas oportunidades do cânhamo deve fazer com que a pauta seja retomada, diz Thiago Ermano, diretor-presidente da Abicann (Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis).

Em outros países, o cânhamo é usado na rotação de culturas no campo e como matéria-prima de diversas indústrias, como a têxtil, de construção e a cosmética. Com boas condições de plantio, o Brasil poderia se tornar um produtor competitivo, afirma Rodrigo Mattos, analista da Euromonitor International.

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