O presidente da ABICANN-Associação Brasileira da Indústria de Cannabis, Thiago Ermano, participou do espaço destinado aos assuntos gerais da reunião realizada na manhã do dia 1º de dezembro, em audiência pública realizada pela ALRS-Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, por iniciativa do deputado Zé Nunes )PT), presidente do colegiado.
Na ocasião, Ermano defendeu os benefícios econômicos da planta cannabis medicinal e do cânhamo industrial. Segundo ele, a ABICANN quer contribuir para o processo de difusão ética das ideias sobre o mercado canábico.
Ermano observou que, com o processamento das fibras de cânhamo e fabricação de produtos sustentáveis, aliado à comercialização, pode gerar uma economia real de US$ 30 bilhões por ano, colaborando com mais de 200 tipos de indústrias do Brasil, com 50 mil formas diferentes de uso.
“O que for produzido aqui poderá ser comercializado em mais de 40 países do mundo. É a economia brasileira se preparando para gerar vida, empreendedorismo e muitos negócios”, destacou o presidente da ABICANN.
De acordo com Ermano, tramita na Câmara Federal o Projeto de Lei 399/2015, que permite o cultivo da planta para fins medicinais, científicos, veterinários e medicinais, e a produção e comercialização de produtos fabricados a partir do cânhamo industrial.
O presidente da ABICANN apresentou o perfil e as missões da entidade, quantificou todos os países que atualmente compõem a rede mundial da Cannabis Medicinal e Cânhamo Industrial, e como o trabalho das instituições representam um marco decisivo na evolução da regulação de ambos, no Brasil.
“São 30 bilhões em negócios que deixam de movimentar a economia nacional, envolvendo setores que poderão estimular investimentos. Porém, o cultivo proibitivo impede o diálogo social sobre os benefícios das plantas”, afirmou Ermano.
Sobre o assunto também se manifestou o professor Derly J. Henriques da Silva, da Universidade Federal de Viçosa-MG, que apresentou um breve esclarecimento sobre a grande valia de ambas, e como o cultivo do cânhamo pode reduzir o custo na indústria da construção civil, por exemplo.
“A Anvisa proibi o cultivo da Cannabis Sativa em geral, sem exceções. Porém, falamos de uma indústria imensa, que envolve diversos segmentos da economia. Uma pequena mudança na lei poderia abrir um vasto campo econômico para o Brasil”, destacou Derly.
Um relato feito pelo empresário André Steiner, da The Quantic Hub, e os deputados Giuseppe Riesgo (Novo) e Zé Nunes (PT) complementaram as discussões, com depoimentos essencialmente esclarecedores sobre os benefícios medicinais, econômicos e sociais da Cannabis e do Cânhamo. Com mais de 35 anos de experiência em tecnologias empregadas no cultivo de ambos, André destacou que a região da Serra do Caverá, em Alegrete-RS, está entre as melhores do mundo para o cultivo de Cannabis e Cânhamo.
“O Rio Grande do Sul poderá ser um novo modelo de cultivo de plantas medicinais e biomassa de alta qualidade e pureza. Podemos manter uma conexão entre Brasil e Israel para trazer tecnologias avançadas para o nosso País, fomentando este mercado que só trará benefícios à co-relação entre a vida humana e os benefícios desta cultura”, completou André Steiner.
Presentes à reunião os deputados Adolfo Brito (PP), Aloísio Classmann (PTB), Beto Fantinel (MDB), Dalciso Oliveira (PTB), Fernando Marroni (PT), Pedro Pereira (PSDB) e Ruy Irigaray (PSL).