Estudos apontam 58% de eficácia da Cannabis Medicinal no tratamento da depressão e ansiedade

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 100 mortes é causada por suicídio. No Brasil, a cada 42 minutos, uma pessoa põe fim à própria vida,  em 2020 foram registrados perto de 13 mil casos de suicídio. Desses, 96,8% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, estão associados a um histórico de doenças mentais tratáveis com métodos humanizados, redes de apoio, mais informações sobre tratamentos indicados e sobre os sinais de alertas.

Se os números de suicídios assustam, a quantidade de tentativas é ainda maior, chegando a média de 10 vezes mais. Para a médica Marina Montibeller, da unidade curitibana da Clínica Gravital, rede de clínicas focada em cannabis medicinal, o transtorno mental é um fator de risco que pode passar despercebido pelas famílias, sendo identificado, muitas vezes, por meio da tentativa de suicídio.

“É preciso fortalecer as campanhas de prevenção ao suicídio como a identificação dos fatores de risco e mitigação de tabus, dessa forma é possível fazer intervenções prévias. O estabelecimento de ações adequadas psicoeducam e facilitam o acesso ao tratamento de transtornos mentais, estes identificáveis por estudos em grande parte dos suicídios consumados. Ferramentas de apoio que ajudem as pessoas próximas a identificar comportamentos – lembrando que nem sempre é fácil reconhecer os sintomas, devem ser a prioridade. A discussão e quebra de tabu também é de suma importância para que exista possibilidade de sucesso no tratamento. Intervenções sociais, terapêuticas e medicamentosas são usadas e influenciam no desfecho a médio e longo prazo”, conta a médica.

Sobre os medicamentos, uma pesquisa publicada pelo Journal of Affective Disorders, em 2018, analisou o uso da cannabis para aliviar os sintomas de depressão e ansiedade e revelou que os usuários de cannabis medicinal tiveram 58% de redução na ansiedade e no estresse.

“A Cannabis medicinal tem se mostrado uma alternativa ao tratamento de transtornos depressivos e ansiosos. O paciente pode se beneficiar, inclusive se já fizer uso de outros métodos de tratamento. Os tratamentos com óleo de Cannabis tem apresentado eficácia e segurança. A base de ação de seu tratamento é a estimulação e modulação do sistema endocanabinóide, o maior sistema de neurotransmissão presente no corpo humano, sendo que, em grande parte do sistema nervoso central, os receptores CB1 e CB2, tem influência em neurotransmissores como serotonina, noradrenalina e dopamina, moléculas amplamente envolvidas na fisiopatologia dos transtornos mentais”, relata Marina.

A médica também afirma que o CBD apresenta um grande potencial terapêutico e tem sido usado em várias situações com a expectativa de restabelecer a homeostase (equilíbrio) entre os neurotransmissores, uma vez que algumas teorias fazem referência ao desequilíbrio desses neurotransmissores como limitadores de prazer e causadores da depressão.

“A cannabis medicinal apresenta extrema potência terapêutica, ajudando no combate de diversas patologias (saiba mais aqui) e desequilíbrios. Ela atua não apenas na depressão e na ansiedade, como também no tratamento de dores crônicas, na redução do estresse, na melhoria da qualidade de vida, resolvendo sinais e sintomas de doenças crônicas e demais condições, que podem levar a uma degeneração do padrão de humor e, consequentemente, a uma predisposição ao estabelecimento de um transtorno mental. A Cannabis medicinal pode ser usada concomitantemente com outros tratamentos alopáticos, onde muitas vezes melhora o perfil de efeitos colaterais dessas medicações, além de, por sí só, apresentar efeitos colaterais leves ou imperceptíveis”, explica.

A médica ressalta, porém, que mais estudos precisam ser conduzidos até que as aplicações sejam bem estabelecidas, por isso a necessidade de um acompanhamento médico especializado: “A cannabis medicinal é aplicada há milhares de anos sendo que o proibicionismo fez a ciência refém de interesses não hipocráticos. A procura dos pacientes e o interesse e desenvolvimento da classe científica tem levado muitos médicos a se mobilizarem para estudar e aplicar essa terapia, ainda que em associação com a tradicional, ponderando os riscos e as dúvidas a serem sanadas nos próximos anos”.

Como age o canabidiol no combate a depressão?

O sistema endocanabinóide está presente em quase todos os tecidos e órgãos humanos. Em especial quantidade no cérebro. Os receptores CB1 e CB2, que compõem o sistema, são responsáveis por manter o organismo em homeostase. Os fitocanabinoides, como o CBD oriundo da planta cannabis, atuam em sinergia com os endocanabinoides, produzidos pelo próprio corpo, potencializando seus efeitos e promovendo o bem-estar.

No caso da depressão, o paciente pode sofrer com uma deficiência de neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer. Sendo assim, os compostos da cannabis auxiliam a restabelecer as funções dessas substâncias, estimulando a sua produção e circulação pelo sistema nervoso.

  • Dicas para fortalecer a saúde mental:
  • Realize atividades prazerosas como leitura, meditação, exercícios, hobbies.
  • Evite o contato excessivo com notícias diárias que podem ser gatilhos emocionais.
  • Pratique atividade física, que auxilia na redução do estresse e traz a sensação de bem-estar.
  • Mantenha contato com amigos e familiares, mesmo que por telefone, mensagens e vídeos chamadas.
  • Compartilhe sentimentos e anseios com pessoas de confiança.
  • Evite o excesso de álcool, tabaco e outras drogas que podem ser gatilhos para emoções negativas.
  • Crie uma rotina e busque segui-la, isso ajuda a no equilíbrio emocional e reduz a ansiedade.
  • Tenha hábitos saudáveis com relação a alimentação, sono, trabalho e lazer.
  • Participe de redes de apoio e ações de cuidado e solidariedade.
  • Busque ajuda de um profissional sempre que necessário.

Para conhecer mais sobre a Gravital, acesse: www.clinicagravital.com.br