Na última quinta-feira (19), a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG), de São Paulo, recebeu Thiago Ermano, pesquisador da Cannabis sativa e presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (ABICANN), para uma palestra sobre o Cânhamo: Análises sobre Bioeconomia, Segurança Nacional e soberania brasileira, com foco no título “Brasil, o país das oportunidades”.

A apresentação informativa e analítica aconteceu para integrantes do 67° Curso de Estudos de Política e Estratégia da ADESG-SP, tendo como público Militares da ativa do Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Militar, Guarda Municipal Metropolitana, Advogados, Engenheiros, Procurador do Estado e Economistas.

“As forças de Segurança Nacional precisam entender rapidamente os benefícios do Cânhamo/Cannabis na previsão econômica para as próximas décadas, atuando no modelo regulatório, classificação e na busca por mecanismos já existentes para controle e orientação do Estado brasileiro sobre esse rico cultivar, já presente no país há décadas”, afirmou Ermano, durante a palestra.

Conheça os pontos de solicitação da ABICANN no envolvimento dos agentes da segurança e justiça, na retirada do Cânhamo como planta proibida, há quase 86 anos, quando entrou em vigência do Governo Provisório do, então, presidente Getúlio Vargas.

A lei vendo sendo ratificada desde lá, estabelecendo o Decreto-lei nº 891, de 25 de novembro de 1938, na qual enquadrava a Cannabis como “substância tóxica entorpecente” e baniu dessa forma a planta de modo irrestrito, inclusive para o uso da fibra naturais do Cânhamo, o que não faz sentido algum para quem produz e investe financeiramente na contemporaneidade.

ABICANN: Propostas técnicas para o Estado regular o Cânhamo Industrial no Brasil

Regulamentação – Os Poderes podem observar a cultura Cannabis sativa L. (Cânhamo) como uma aliada bioeconômica, para a produção de bens econômicos e sustentáveis. Fundamental a mobilização da Segurança Nacional na modelagem e projeção dos próximos 80 anos da soberania nacional. Há interesse: Investidores, pesquisadores, governos, órgãos de regulamentação e fiscalização e outros.

Produtividade Agroindustrial – O Congresso Nacional está atrasado e precisa observar com maior racionalidade científica, observando os interesses do agronegócio, das indústrias, das pesquisas científicas e desenvolvimento de tecnologias para agrotech e sciencetech, foco na exportação global. Há interesse: Indústrias, Agronegócios, Investidores e outros.

P&D de Cânhamo – A Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis, o Centro de Tecnologia e Inovação da Cannabis, em parceria com os principais produtores agrícolas do Cânhamo no Uruguai, Argentina, EUA e Europa podem fornecer apoio técnico em pesquisas. Há interesse: Investidores, pesquisadores e outros.

Sandbox Regulatório – Por meio de uma fazenda experimental controlada pelos órgãos de regulação, medição e controle podem coletar os primeiros dados de cultivo do Cânhamo no Brasil, em conjunto com Universidades públicas e privadas, a ABICANN pretende estimular maior interesse, inserção e interesse do Estado. Há interesse: MAPA, Embrapa, UNIVAG-MT, UEL-PR, UFV-MG, UGV-GO.

Conselho Técnico e Econômico – Tendo mais de 200 organizações interessadas na produtividade agrícola, industrial, econômica e social do Cânhamo no Brasil, recomendamos a formação de um conselho que colabore com classificar e regulamentar a cultura Cânhamo e formar o Banco de Germoplasma, em parcerias com o meio científico e entidades que suportam a Segurança Nacional. Há interesse: Produtores, Industriais, Universidades e outros.

Sobre o Curso CEPE da ADESG

As palestras ministradas têm com objetivo preparar seus participantes para exercer funções de destaque na sociedade, capacitando-os a influenciar, de forma consciente, o destino de suas instituições, além de promover a sua capacitação por meio da informação, seguida de correta análise para transformação em inteligência e desenvolvimento, constituindo-se, portanto, em uma ferramenta para conduzir mudanças necessárias, atuais e futuras.

A Escola Superior de Guerra (ESG) foi criada em 20 de agosto de 1949, sob a influência das experiências obtidas por um grupo de militares em visita ao War College em Washington, após o segundo grande conflito mundial e diante do prenúncio de uma nova ordem, evidenciada pelo início da Guerra Fria. Esses militares acreditavam que o País poderia tornar-se uma grande potência, desde que houvesse uma estratégia nacional voltada para tal e, sobretudo, que fosse executado um planejamento autônomo, dentro de um programa nacional de desenvolvimento.

Carlos Fávaro: Ministro da Agricultura anuncia cultivo de Cannabis/Cânhamo

No último 22 de agosto, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e a chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ana Paula Porfírio, se reuniram com o coordenador da Comissão Especial sobre Drogas Ilícitas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador Marcos Machado.

O assunto da reunião foi a regulamentação do plantio de Cannabis no Brasil.

De acordo com estimativa da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann), o país deixa de movimentar cerca de US$ 30 bilhões por ano pela falta de regulamentação do setor.

Somente na agroindústria, a capacidade é para a produção de aproximadamente 50 mil itens a partir da planta, além do já conhecido uso medicinal que, atualmente, no Brasil, é viabilizado por meio de importação dos produtos, conforme a associação.

Exemplo disso são as fibras do cânhamo industrial, que podem ser utilizadas na produção de tecidos, na construção civil, biocombustíveis, entre outros. Em um hectare é possível cultivar cerca de 560 mil plantas e produzir até 10 toneladas de fibras internas, 4 toneladas de fibras longas, 1,6 tonelada de sementes e 800 quilos de flores medicinais.

“Precisamos de um Mapa contemporâneo, atento às necessidades dos produtores e às oportunidades de mercado, mas sobretudo que permita o desenvolvimento do país, oportunizando renda e acesso a produtos para os brasileiros e brasileiras”, explicou o ministro.

Durante a reunião, foram debatidos os impactos no sistema produtivo brasileiro a partir das experiências bem sucedidas de outros países.

Fonte: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/ministro-carlos-favaro-debate-impactos-da-regulamentacao-da-cannabis-no-sistema-produtivo-brasileiro

(Por Adriana Dias, da Comunicação ABICANN)